Comportamento

Como restringir o uso dos aparelhos eletrônicos entre as crianças?

Segundo especialista, antes de permitir que as crianças utilizem celulares e tablets, é preciso estabelecer alguns combinados para que o uso seja limitado Quando o assunto é desenvolvimento e educação infantil, é bastante comum escutar críticas aos aparelhos eletrônicos, mas em uma era de youtubers e jogos de celular, é cada vez mais difícil separar os pequenos da tecnologia. Assim, o debate se transforma em como encontrar um equilíbrio para que uma criança use celulares e tablets sem ser prejudicada. Na hora de permitir o acesso de uma criança ao celular ou outros aparelhos eletrônicos, é preciso estabelecer regras Foto: Reprodução/Pinterest As novas gerações já nasceram imersas no mundo digital, o que dificulta a proibição. A psicóloga infantil e familiar Carol Braga, explica que, a partir do momento em que uma criança possui um celular ou tablet, a relação de comunicação que ela tem com os outros muda de forma considerável. Por isso, em vez de de proibir, é importante monitorar e supervisionar a utilização desses aparelhos eletrônicos. Quando a questão é restringir o uso, tudo depende da idade e da evolução da criança. Carol recomenda fazer alguns combinados com as crianças e estipular regras para evitar o uso excessivo, além de orientá-las sobre os benefícios e riscos dessa realidade. E isso também serve para quando o assunto for acesso à internet. “A era do acesso móvel deve ser a grande preocupação na hora de colocar um smartphone ou um tablet nas mãos das crianças. A partir do momento em que a rede migra para um dispositivo como esses, a possibilidade de usar a internet sem acompanhamento de um adulto aumenta bastante e, por esse motivo, os pais devem sempre monitorar e supervisionar a utilização desses aparelhos pelos pequenos”, afirma a especialista. Se a dúvida for sobre qual é a idade certa para presentear seu filho com um aparelho eletrônico, a resposta também pode variar de acordo com a criança. “Uma boa medida é avaliar se o aparelho é realmente necessário. Se o seu filho já mantém uma vida social intensa, dorme na casa dos amiguinhos ou fica sozinho no clube, por exemplo, talvez já seja a hora”, explica ela. Tratos e regras Entre algumas das recomendações que podem servir de auxílio na hora de limitar o uso de um aparelho eletrônico, a psicóloga infantil indica ensinar a utilidade daquela técnologia. “Ensine que o aparelho deve ser utilizado apenas para dar recados e fazer chamadas de urgência e mostre alternativas”, sugere Carol. Uma dica é explicar que existem diferentes tarifas cobradas em cada situação. “Ligar da sua casa para um amiguinho que está perto de um aparelho fixo, por exemplo, pode ser mais barato e até confortável e, como primeira opção, sempre proponha que se encontrem, brinquem juntos e priorizem o ‘ao vivo’”, afirma. Determinar em que momento e por quanto tempo a criança pode ficar mexendo no aparelho ajuda a limitar o tempo de uso dos equipamentos digitais. Carol ressalta que é essencial usar os eletrônicos apenas como suporte e não como apoio, além de tentar manter os hábitos e as horas de sono para descanso cerebral e corporal. Outra sugestão é sempre incentivar a interação com a família e outras crianças, onde os laços emocionais e a comunicação são estimulados. “Também é recomendado não permitir o uso no momento da refeição, — seja em casa, seja em restaurantes. Esse é um momento que possibilita grande interação familiar e o equipamento eletrônico compromete a atenção e interação social entre todos”, afirma. Na escola, é preciso avaliar a necessidade de levar o celular. “A maioria das escolas não permite o uso do aparelho dentro da sala de aula, claro. Caso seja necessário, oriente para que só faça e atenda chamadas no intervalo ou no horário da saída”. Além disso, é muito importante visar a segurança da criança. Ensinar que o número do telefone e as senhas virtuais não podem ser dadas a qualquer um e orientar também quanto ao envio de fotos e outras informações para pessoas desconhecidas através de mensagens. Monitorando Quando a preocupação está relacionada ao acesso de conteúdo nas redes, a profissional indica sempre explicar sobre quais são os sites mais apropriados de acordo com a idade, o desenvolvimento e a maturidade de cada um. Mesmo que existam tecnologias avançadas, como filtros e sistemas de segurança que bloqueiam mensagens proibidas ou inseguras e permitem que os conteúdos acessados pelos filhos sejam monitorados de qualquer local, a recomendação ainda é a conversa. “Um diálogo aberto e respeitoso com a crianças ou adolescente pode ajudar a transmitir valores importantes que os pais desejam que perdurem ao longo do tempo na vida de seus filhos”, diz a profissional. Benefícios e males da tecnologia De acordo com Carol, o uso abusivo das tecnologias também pode prejudicar a saúde da criança. “Dores na nuca, nos olhos e nos polegares, assim como desconfortos musculares, podem ser sinais de excesso de uso dos eletrônicos, além disso, caso não sejam estabelecidos limites, a tecnologia pode atrapalhar a qualidade de sono e rendimento dos pequenos”, avisa a especialista. Por outro lado, os benefícios e os aspectos positivos da tecnologia são inegáveis, simplificando a vida e ajudando no cotidiano, fornecendo informação, cultura, educação, inclusive nas escolas. A profissional afirma que usar aparelhos eletrônicos possibilita que a criança crie senso crítico, estimule a criatividade e o raciocínio, lide com desafios e adquira visão estratégica. Filho de peixe, peixinho é As crianças seguem exemplos, certo? Sendo assim, o melhor jeito de incentivar o uso moderado é que os pais também procurem um equilíbrio na hora de utilizar os equipamentos. “Lógico que como adulto você tem mais liberdade, mas respeite as regras que impõe. Evite usar nas refeições e nos momentos íntimos da família”, diz a psicóloga. Carol reafirma que a cumplicidade entre pais e filhos, a orientação e a conversa aberta são as melhores formas de manter a segurança da criança e uso dos aparelhos eletrônicos de forma saudável, seja do computador, do telefone celular, dos videogames, tablets ou de qualquer outra tecnologia.

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Antes de morrer, australiana deixa carta aberta que vai te fazer repensar a vida

“Eu estou assistindo ao meu corpo se desligar bem em frente aos meus olhos sem poder fazer nada sobre isso e tudo o que eu desejo agora é que eu pudesse ter mais um aniversário ou Natal com minha família” Quantas vezes por dia você reclama da sua vida? Quantas vezes se queixa de coisas que mal te afetam, das quais você mal vai se lembrar daqui a uma semana? É realmente difícil encontrar pessoas que sejam positivos 24 horas por dia, mas talvez nos colocar no lugar de pessoas com experiências realmente dolorosas seja tudo o que precisamos para rever nosso comportamento. E era justamente essa a intenção de Holly Butcher, australiana que, antes de falecer na última quarta-feira, deixou uma carta aberta com conselhos que estão fazendo muita gente repensar as prioridades. Antes de perder a batalha para um tipo raro de câncer, Holly Butcher elaborou uma carta com conselhos de vida Foto: Reprodução/Facebook Holly Butcher Em paz com o fim Aos 27 anos, Holly perdeu a batalha que travava contra o sarcoma de Ewing, um tipo de câncer que afeta os ossos ou a região ao redor deles e se manifesta principalmente em crianças e pessoas mais jovens em geral. Enquanto esperava que o restante de seu tempo com familiares e entes queridos terminasse, porém, Holly reuniu em uma carta pensamentos que teve a respeito da forma com que as pessoas encaram a vida e como questões que parecem ser muito importantes são, na realidade, banais. “Eu sempre me imaginei envelhecendo com rugas e grisalha – coisas muito provavelmente causadas pela linda família (cheia de crianças) que eu planejava construir com o amor da minha vida. Eu quero tanto isso que chega a machucar”, relata a moça no início da carta compartilhada em seu perfil do Facebook por seus familiares e que, até agora, tem mais de 82 mil compartilhamentos e 114 mil curtidas. Na carta, Holly mostra, por experiência própria, o quão insignificantes bens materiais e um “corpo perfeito” podem ser Foto: Reprodução/Facebook Holly Butcher Apesar de deixar claro que ela não está feliz em partir, Holly se mostra consciente do fato de que a vida é frágil e de que o fim é absolutamente inevitável para qualquer pessoa. Na publicação, ela explica que seu objetivo em escrever a carta aberta era o de lembrar as pessoas sobre o quão rápido elas podem perder o controle das próprias vidas e sobre o quanto elas podem estar desperdiçando o tempo precioso que têm. “Cada dia é um presente, não um direito adquirido”, afirma. Ao longo da mensagem, Holly mostra que, por experiência própria, coisas como a busca por um corpo perfeito, o dinheiro e bens materiais não servem de nada no final da vida. A moça conta que, no último Natal, ela e a família não trocaram presentes (“imagine minha família tentando comprar um presente para mim sabendo eles é que provavelmente acabariam ficando com ele”), e optaram por escrever cartões uns para os outros. “Pode parecer bobo, mas esses cartões significaram mais para mim do que qualquer coisa comprada por impulso. Moral da história: presentes não são algo necessário para um Natal significativo”, relata. Holly recomenda gastar esse dinheiro com lembranças para os amigos e experiências enriquecedoras, como viagens. Outro tópico que a moça aborda na postagem é a tão frequente busca das pessoas por um corpo mais magro, seios maiores, o fim das celulites e da flacidez. “Deixe essa m**** de lado. Eu juro que você não vai ficar pensando nisso quando for sua vez de ir. Eu estou assistindo ao meu corpo se desligando bem em frente aos meus olhos sem poder fazer nada sobre isso e tudo o que eu desejo agora é que eu pudesse ter mais um aniversário ou Natal com minha família, apenas mais um dia com meu parceiro e meu cachorro. Só mais um”, afirma. Em vez de levar a preocupação com o físico como prioridade, Holly aconselha que as pessoas deem mais atenção à saúde – tanto do corpo quanto da mente. “Aprecie sua boa saúde e seu corpo que funciona – mesmo que ele não esteja do tamanho que você julga ser ideal. Cuide dele e aceite o quão incrível ele é. Mova-o e nutra-o com comidas frescas. Não fique obcecado com seu corpo”, completa. Apesar de estar triste com a partida, Holly afirma que, no último ano, teve algumas das melhores experiências da vida Foto: Reprodução/Facebook Holly Butcher Além disso, Holly também aconselha que as pessoas prestem atenção nas pequenas coisas e não se deixem levar pela forma que os outros aproveitam a vida. “Não se sinta pressionado pelo que outras pessoas consideram uma realização. Você pode querer levar uma vida medíocre, e está tudo bem com isso”, recomenda. A moça também lembra as pessoas de que é possível mudar alguns aspectos desagradáveis da vida. “Você não sabe quando tempo tem neste planeta, então não o desperdice se sentindo infeliz. Eu sei que isso é dito o tempo todo, mas não poderia ser mais verdadeiro”. Ao final, Holly deixa expresso na carta seu desejo de que as pessoas doem sangue e explica que, apesar de ter perdido a batalha contra o câncer, as realizações que teve com a chegada do fim tornaram seu último ano de vida muito proveitoso. “Doações de sangue (mais bolsas do que eu conseguia contar) ajudaram a me manter viva por um ano extra – um ano pelo qual eu serei sempre grata por ter conseguido passar na Terra com minha família, amigos e meu cachorro. Um ano em que eu tive algumas das melhores experiências da minha vida”, finaliza.

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