Trio brasileiro que revolucionou Aquaman na HQ avisa: ‘O filme vai surpreender’

Painel na CCXP 2016 abordou o passado e o futuro de um dos mais icônicos personagens da DC Comics, que ganha filme com Jason Momoa em 2018

O personagem “Aquaman” sempre foi a piada da DC Comics – a responsável pelas histórias do heróis “Batman” e “Superman” – mas o trio de brasileiros Ivan Reis, Rod Reis e Joe Prado foi responsável por dar um novo fôlego à história do personagem que fala com as criaturas marinhas. Eles, ao lado do roteirista Geoff Johns ressuscitaram o “Aquaman” e o trouxeram de volta para o hall de importância da editora. “Antes o Aquaman era a piada, hoje a piada é que ele bateu todos os títulos da DC duas vezes” disse Joe Prado durante o painel para discutir a história do herói.

Debate sobre os 75 anos do Aquaman, icônico personagem da DC Comics que ganha filme em 2018

Foto: Verônica Maluf

Ivan Reis foi o responsável por desenhar as novas HQs do rei dos mares, enquanto Rod Reis foi o artista por trás das cores vibrantes e luminosas da história e Joe Prado dava o toque final dos quadrinhos e trazia a publicação à vida. “As cores dos quadrinhos são como a trilha sonora nos filmes” disse o colorista que afirmou sempre se atentar para o ritmo e a harmônia dos tons que ficaram sendo a marca registrada das histórias do Aquaman.

Após o “renascimento” do personagem para o Universo da DC Comics – e, também, do sucesso que suas aventuras conquistou – ele será o protagonista de uma das próximas produções para o cinema da editora, que deve sair para o público apenas em 2018. O herói dos mares será interpretado por Jason Momoa e o próprio roteirista dos HQs, Geoff Johns, está envolvido com a produção que será dirigida por James Wan. “O diretor lê e rê-le [os quadrinhos]. Ele me ligava toda semana falando que teve uma nova ideia que tirou de um gibi que leu. Ele é realmente apaixonado” conta Joe Prado, que, obviamente, também está fortemente ligado ao filme.

Quando o trio foi questionado se o visual e o design da produção para o cinema de “Aquaman” poderia ter influências nos quadrinhos, a resposta foi um uníssono “não”. “Não acho que aconteceria. A DC, ao contrário da Marvel, se afasta do cinema. O HQ tem que ser a fonte inspiradora, não o contrário” disse Ivan Reis. “Mas o filme vai surpreender”, completa.

Outra questão levantada durante o painel com os artistas foi de que Aquaman, diferentemente de outros heróis, não se trata apenas da ação e aventuras. “[Aquaman] é uma história. Fala de um relacionamento. Isso atraiu outro tipo de público além de apenas homens, muitos casais e mulheres se interessam muito por ele” comenta Joe Prado que terminou dizendo que não é incomum ver casais que, juntos, colecionam objetos e os quadrinhos do herói.

Durante a fala dos três, não poderia faltar a pergunta sobre tecnologia: seria ela uma sentença para o fim dos quadrinhos? Todos concordaram que não, que os avanços da sociedade tem, pelo contrario, muito para oferecer para esse segmento. “Falam isso a muito tempo, mas o mercado tem momentos altos e baixos. Os quadrinhos não vão acabar”, diz Ivan Reis.

“Qual o futuro do Aquaman?”, a pergunta que, desde o início, todos estavam fazendo e que veio do fundo da plateia foi respondida apenas com um simples “é o filme. Vocês vão ter que esperar” de um dos integrantes da mesa. Mesmo sem saber para onde essa história está caminhando, uma coisa é certa: foi o trio de brasileiros – Ivan Reis, Joe Prado e Rod Reis – que recriaram toda a trajetória de um personagem que tinha tudo para cair no esquecimento e, hoje, tornou-se novamente um dos mais fortes da DC Comics.