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Rick Bonadio: ‘O rádio hoje não representa o que é a música no Brasil’

6th setembro 2016   ·   0 Comments

Jurado do “X Factor” fala do atual momento na música e quer mudança: “Está tudo muito igual, a gente precisa renovar”, afirma Rick Bonadio

Rick Bonadio coloca em prática a experiência em realities musicais que adquiriu ao longo dos anos no “X Factor Brasil”, que vai ao ar às segundas e quartas na Band e terças e quintas no canal TNT. O produtor musical, que já passou por programas como “Popstars” – responsável por revelar aos grupos Rouge e Bro’z – e “Ídolos”, fala sobre o formato da atração e o atual momento da música brasileira.

Fernanda Paes Leme e os jurados do X Factor

Fernanda Paes Leme e os jurados do X Factor

Foto: Kelly Fuzaro/X Factor

“Está tudo muito igual na música brasileira, a gente precisa renovar. As músicas estão muito repetitivas. O rádio hoje não representa o que é a música no Brasil”, dispara. “Não é todo mundo que tem talento que faz sucesso e o contrário também é verdade”, dispara Rick Bonadio.

X Factor

Ele conta como está sendo a experiência na atração, que estreou há uma semana. “Ainda não cheguei a chorar, mas já me emocionei muitas vezes. Julgar exige atenção, envolve adrenalina. Se você não estiver ligado corre o risco de não ser justo. O que mais me cobro é não deixar passar talento, fico mal se acontecer isso”, afirma o produtor musical.

Rick Bonadio

Rick Bonadio

Foto: Kelly Fuzaro/X Factor

Bonadio desmistifica a fama de durão adquirida na época do Rouge. “Eu tinha 26, 27 anos, era um produtor muito novo e não era bravo, era fechadão e usava isso como defesa. Eu pensava: ‘se eu for pateta aqui, ninguém vai me respeitar’. Não podia errar, tinha que fazer sucesso, produzir as músicas, o disco, precisava dar certo. No Bro’z já fui menos assim e aqui não tenho esse compromisso”, explica.

Parte dessa visão parte de sua função na competição. “As pessoas carregam o peso técnico sobre mim, já que os outros três jurados são artistas. Nunca tive que me preocupar com a opinião do público, posso falar o que penso com tranquilidade; Falo na lata que não está bom e não tenho um monte de fã me perguntando porque falei isso ou aquilo. Não sou mal, quero que as pessoas deem certo na vida (risos)”.

Ele considera o programa mais amplo que os outros que já participou. “O ‘X Factor’ é diferente do ‘Idolos’ porque pega todo mundo, o limite de idade é muito maior e o fato de ter mulher, homem, solo, grupo e plateia muda muito. O cara que vai bem cresce quando tem público”, avalia. “Tenho uns conflitos com a plateia, ela é meio louca. O cara dá um grito lá e eles acham que está arrebentando enquanto eu estou achando uma merda. Já vaiaram quase todas as decisões minhas (risos)”.

Ele divide a bancada com Alinne Rosa, Di Ferrero e Paulo Miklos

Ele divide a bancada com Alinne Rosa, Di Ferrero e Paulo Miklos

Foto: Kelly Fuzaro/X Factor

Embora nesse início a maioria esteja cantando em inglês, há espaço para músicas autorais, assim como no “Superstar”, da Globo. “Eu particularmente gosto, mas claro que é mais arriscado porque, se a música não é boa, a pessoa pode até ser grande intérprete, mas se ferra. Por outro lado, tem muita gente que escolhe música errada”.

Rick Bonadio rebate também a impressão de que todo mundo que sai de reality show no Brasil não emplaca. “Alguns talentos que sairam de reality show fizeram sucesso sim, como o Rouge. Temos de analisar de forma mais profunda. Não é todo mundo que tem talento que faz sucesso e o contrário também é verdade”.



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